terça-feira, 27 de setembro de 2011

O Contrabando de Taryn Simon

Através do Photojournal fiquei a conhecer a série fotográfica Contraband, de 2010,  da norte-americana Taryn Simon, onde regista objectos retidos pela alfandega dos Estados Unidos, no aeroporto internacional JFK, em Nova Iorque, a sua cidade natal.
Dela conhecia a série The Innocents, mais antiga, e que partilha com Contraband a temática da relação entre a Fotografia e os processos de investigação criminal. Formalmente  simples, as imagens de Contraband apresentam toda uma panoplia de artigos apreendidos a passageiros ou retirados do interior de correspondência. Isolados, ou agrupados em conjuntos de objectos iguais ou semelhantes, foram fotografados cuidadosamente num fundo neutro claro.
Estas imagens parecem querer evitar associações, ser literais, ser de uma clareza fria e científica.
Não o podem conseguir plenamente. Observando-se muitas delas, saltam questões. O porquê de transportar gordura animal, e de tal ser ilegal. Qual a eficàcia de uma pasta de dentes feita a partir de esterco de cabra. O porquê de transportar partes de animais mortos, muitas vezes orgãos sexuais. O porquê de transportar pós não identificáveis.
Tanto quanto evidenciar actuações ilícitas, como contrafacções e tráfico de substâncias ilegais, esta série centrada nas apreensões registadas em 2009 no JFK demonstra o tremendo choque entre a cultura americana e os hábitos e crenças de muitos dos que procuram sediar-se em solo dos Estados Unidos.

Taryn Simon, Gordura, série Contraband, 2010
Imagem obtida aqui


Taryn Simon, Toucinho proveniente da Ucrânia,
série Contraband, 2010
Imagem obtida aqui





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