Toni Frissell, fotógrafa americana que passou por Portugal
em trabalho, em Maio de 1946, trabalhou sob o ponto de vista do turista, passou pelos
bairros históricos de Lisboa, pelos cais do Tejo e pelas casas de fado. Por
essa observação fez imprimir a sua marca de água. Algo que, à falta de melhor termo,
eu descreveria por intensidade.
A imagem que produz duma fadista em actuação é simplesmente
fabulosa. Apresenta-nos um Portugal do Estado
Novo, mais real que o real. Com tristeza, a pose torcida e chorada da cantora, a
seriedade nos acompanhantes e um pintas no fundo a compor o quadro. E tudo isto
com um jarro de vinho e barriga cheia denunciada pelo prato vazio.
Toni Frissell, Fadista numa casa de fados
Lisboa, Maio de 1946
imagem obtida aqui
|
A fotografia de Frissell apresenta-nos de forma perigosamente
concentrada o modo como um certo Portugal de então gostava de se ver ( e de se mostrar).
__________________________________________________________
__________________________________________________________
Sem comentários:
Enviar um comentário