A primeira é a do Rato de Skinner, onde o bicho era inserido numa caixa com uma pequena alavanca. Nuns casos, quando o rato tocasse na referida alavanca, era recompensado com alimento, levando a que em pouco tempo passasse a tocar sistematicamente nela a fim de receber comida. Noutros casos, sempre que havia contacto, o rato recebia não comida, mas sim choques eléctricos, o que tinha como consequência que o animal passava a evitar tocar na referida alavanca. O objectivo de Burrhus Frederic Skinner, o autor da experiência, era verificar o comportamento animal era determinado por condicionantes ambientais, o que se comprovou.
A segunda é a do Gato de Schrödinger, em que o bichano é teoricamente colocado numa caixa totalmente opaca e insonorizada. Dentro dela, encontra-se um mecanismo em que um contador Geiger é colocado junto a uma pequena dose de material radioactivo, tão pequena que poderá mesmo não fazer disparar o contador durante a hora que dura a experiência. Caso o faça, o contador accionará um martelo que partirá um frasco de ácido cianídrico. O que matará o gato.
Desde o momento em que se fecha o gato na caixa até à altura em que se abre a sua tampa, é impossível determinar o estado de saúde do bicho. Durante uma hora, o bicho está simultaneamente morto e vivo.
Com esta construção mental, o físico austríaco Erwin Schrödinger pretendia ilustrar de forma simples um problema da mecânica quântica, em que partículas podem num dado momento ter dois estados e posições diferentes.
Mas em matéria de maldade científica com bicharada no meio, gosto de juntar a estas duas experiências uma terceira: o Macaco de Harlow.
Harry Frederick Harlow foi um psicólogo americano que estudou a afectividade e as interacções sociais utilizando macacos em contexto laboratorial, gerando alguma controvérsia.
Na mais famosas das suas experiências, macacos Rhesus muito jovens eram separados das progenitoras e colocados numa divisão com duas "mães" adoptivas inanimadas. Estes simulacros maternais eram bastante distintos, um era dotado de uma face amigável e de pêlo fofo, ao passo que o outro consistia numa estrutura cilíndrica de rede metálica, com uma cabeça tosca e um biberão que dispensava leite ao pequeno macaco. O objectivo de Harlow era pôr em causa uma teoria vigente à época, que declarava que as relações afectivas resultavam da satisfação de necessidades básicas como a alimentação. E conseguiu-o.
Os macacos submetidos à experiência demonstravam um mesmo padrão comportamental. Sem quaisquer interacções dignas desse nome, as pequenas criaturas agarravam-se obsessiva e neuroticamente à mãe dotada de pêlo, deslocando-se raramente ao modelo de rede, e apenas no tempo estritamente necessário para se alimentarem.
A fotógrafa Nina leen, que tinha mais ou menos o pelouro das histórias estranhas e/ou com bichos da revista LIFE, teve a oportunidade de registar a cores uma dessas infelizes cobaias, em 1964.
Nina Leen,
O macaco de H. F. Harlow,
E.U.A., 1964
imagem obtida aqui
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Se se sentir de alguma forma incomodado com estas pequenas histórias de alguma maldade com animais, não se preocupe. É sinal que, tal como o Macaco de Harlow, você é apenas humano...
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