Feitas em 1896, demonstram a facilidade de circulação das novidades técnicas e científicas nesse período. Em Novembro do ano anterior, o alemão Wilhelm Röntgen descobrira os raios x e a capacidade destes produzirem imagens em suportes fotossensíveis. Uns poucos meses depois era possível a Peignot replicar, com clara desenvoltura técnica e estética, o procedimento.
Albert Peignot, Radiografia de um volátil, 1896 imagem obtida aqui |
Do referido conjunto, a Bibliothèque nationale de France escolheu a imagem acima para uma recente exposição de 100 fotografias que os curadores entenderam serem as obras-primas da sua colecção fotográfica.
A Albert Peignot terá certamente interessado a pata quebrada da ave para demonstrar a novíssima possibilidade de dar a ver o invisível e as portas que tal facto abria. Para nós, seres por demais demasiado habituados a contar com o poder da técnica, o lado científico da imagem não será o factor maior de interesse. Como o crânio nas mãos de Hamlet, esta bela imagem desperta-nos para divagações mais filosóficas. Ou estéticas.
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