quinta-feira, 28 de abril de 2011

Elefantes de combate

O elefante domesticado era um recurso bélico notável na antiguidade. Chegam-nos ainda hoje, neste tempo tão pouco dado a clássicos, ecos dos elefantes de Aníbal que atravessaram os Pirinéus a caminho de Roma. Mas apesar de serem aterrorizadores, não eram então uma arma invencível. Não valeram ao cartaginês uma vitória final e, mais de um século antes, não haviam impedido Alexandre, o Grande, de expandir o seu império ao subcontinente indiano. Depois, com o aparecimento das armas de fogo, e sobretudo da artilharia, deixaram definitivamente de ser uma arma decisiva. Mas o elefante militar continuou o seu papel no universo bélico até que a industrialização da morte nas guerras do século vinte o remeteram apenas para o cerimonial e para a figuração cinematográfica. Na campanha da Abíssinia de 1868/69, o exército imperial britânico faz desembarcar na Eritreia, a caminho da capital etíope, um largo contigente militar indiano munido destes paquidermes.
O seu uso terá sido sobretudo logístico. Num país sem estradas, o elefante era um todo terreno valioso no transporte de cargas volumosas. O exército de Tewodros II, não sendo minimamente equiparável ao britânico, possuia porém artilharia e assim dificilmente o uso de elefantes em combate seria produtivo. Apesar de tudo isto, acaba por ser interessante que os fotógrafos dos Royal Engineers captassem então uma das raras imagens fotográficas do uso de elefantes num quadro real de guerra.


Fotógrafos dos Royal Engineers, Rio Djedda, Etiópia, 1868
imagem obtida aqui













Fotógrafos dos Royal Engineers, Rio Djedda (pormenor), Etiópia, 1868
imagem obtida aqui


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