Mas como tal acontece com a tinta, a luz só por si não funciona. É necessário um suporte, um oposto. A folha branca permite à tinta a leitura, e no caso da fotografia, a luz expõe-se por oposição à sua ausência, à treva ou, se preferirem, à sombra.
Não sendo propriamente dotado de uma personalidade nocturna, tendo a gostar de fotografias que sublinhem este papel das trevas na sua existência, na sua significação.E agradam-me sobretudo as situações em que se verifica uma inexistência de fronteiras claras entre a luz e a treva. Algo parecido ao conceito de sfumato em pintura.
Júlio Assis Ribeiro, Túnel, Tavira, 2011
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