Porém, nesse período, não foram apenas os alemães, pela mão do sucessor do falecido Ferdinand von Zeppelin, o dr. Hugo Eckener, a desenvolver grandes projectos de naves mais leves que o ar. Os americanos, nos finais da década de vinte, através de um ramo da corporação GoodYear, desenvolveram uma linha para a marinha americana.Os britânicos, ainda antes, desenvolveram a partir de 1925, por iniciativa governamental liderada pelo ministro do ar, Lord Thomson, o seu próprio projecto orientado para ligar o extenso império britânico.
autor não identificado,
Dirigivel R101 durante a construção, cerca de 1928,
Cardington, Inglaterra
imagem obtida aqui
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A imagem da construção do R101, um dos dois grandes dirígiveis do programa britânico, parece insuflada de orgulho e optimismo. O invulgar contrapicado e a temática industrial transporta-nos para o universo construtivista e para o imaginário fotográfico de Rodchenko.
Este optimismo seria trágicamente desmentido pela realidade. A aparente segurança e fiabilidade que a placidez do voo e o conforto das cabines transmitiam revelou-se profundamente enganadora.
Quando se fala no fim da era dos dirígiveis é recorrente a referência ao acidente de 4 de Março de 1936, do LZ 129 Hindenburg, em Lakehurst, onde morreram 35 pessoas. No entanto, esse não foi nem o primeiro nem o mais mortal dos acidentes com dirigíveis. Três anos anos antes o americano ZRS-4 USS Akron, depois de três acidentes menores, despenhara-se no mar matando 73 homens. E o R101 da imagem, acabaria por colapsar durante a viagem de longo curso inaugural, sobre a frança, em Outubro de 1930. A bordo e a caminho da Índia, seguiam as altas figuras do estado envolvidas no projecto incluindo Lord Thomson, que não sobreviveria ao acidente. Dos cinquenta e quatro ocupantes do R101, apenas oito escaparam com vida ao despenhamento em solo francês.
A desgraça do LZ 129 Hindenburg não foi a primeira, nem a mais fatal, mas o facto de ter sido registada em fotografia e em filme acabou por ajudar a pôr termo a uma teimosia que, alicerçada no optimismo inicial dos projectos, se recusava a aceitar a extrema fragilidade das naves. E mesmo assim a coisa não seria imediata. A iniciativa alemã continuou em bases menos ambiciosas, e já não transatlânticas, sendo apenas cancelada quando, durante a segunda guerra mundial, o duralumínio das estruturas passou a ser requisitado exclusivamente para os aviões. Esses sim, foram a aposta ganhadora.
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Acho que faltou um detalhe. Além de fotografado e filmado, foi transmitido ao vivo pela rádio. Acho que foi uma das primeiras transmissões, se não a primeira, ao vivo de um local longe do estúdio.
ResponderEliminarObrigado pela achega, João Rocha Braga Filho.
ResponderEliminarA transmissão via rádio foi certamente importante, mas não foi feita em directo, ao contrário do que se possa pensar.
Foi gravada no local, por Herbert "Herb" Morrison, e só horas depois transmitida por uma estação local. A transmissão a nível nacional só se daria um dia depois,não se tendo antecipado aos jornais que divulgaram as imagens.
As duas coisas juntas combinaram-se e foram potenciadas pelas filmagens dos noticiários cinematográficos que então antecediam a exibição dos filmes nos cinemas, causando um tremendo impacto na opinião pública.