Quando no final da guerra civil americana, se dá o assassinato do presidente Lincoln e alguns atentados falhados associados, é levada a cabo uma intensa operação policial que culmina no abate do assassino, e na captura de vários suspeitos da conspiração.
Fotografados por Alexander Gardner, temos hoje uma imagem clara desses homens. Na sua maioria, seriam condenados e executados em enforcamentos também registados por Gardner. As expressões rígidas (a que não era estranha a longa exposição necessária à época) são muitas vezes tidas como denunciadoras da sua condição de condenados, de mortos já em vida.
Ora, entre os retratados de Alexander Gardner, há um que não chegou a julgamento e que se furtou à forca. E sim, tratava-se dum português.
João Maria Celestino, em tempos capitão duma escuna inglesa que alegadamente tentara furar o embargo aos confederados, levantara suspeitas por proferir ameaças ao Secretário de Estado William M. Seward, outro dos alvos da conspiração.
Os serviços secretos acreditavam que teria tido alguma ligação à conspiração, mas vieram a desistir de o julgar, considerando que as suas relações a outros conspiradores não seriam significativas, e que o seu envolvimento seria improvável.
João Maria Celestino pode ter sido tão somente o equivalente dessa época do actual indignado que faz comentários em maiúsculas nas redes sociais, sem real desejo de os cumprir.
Alexander Gardner,
João Maria Celestino,
EUA, 1865
imagem obtida aqui
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