Encontrou, através do Sudão, onde circulou antes e durante a segunda guerra mundial, e dum trabalho de acaso para as Nações Unidas, a Arábia. Visitaria outras geografias, voltaria a África, experimentaria a Ásia Central, mas a sua vida ficaria ligada às suas viagens e longas estadias numa Península Arábica tão diversa, tão longe dos lugares-comuns, que hoje pode parecer inventada.
Quando deixou de viajar, começou a escrever. Escreveu “Arabian Sands” e “The Marsh Arabs”, obras notáveis da chamada literatura de viagem. E através da sua escrita apareceu acessória uma outra faceta da sua obra, consubstanciada em milhares de fotografias, num acervo cuja qualidade sobreviveria facilmente à ausência de palavras. Pensadas como notação, como suporte documental, as suas imagens evoluiriam rapidamente dum início técnica e esteticamente limitado para um sublime registo das gentes e dos espaços que o apaixonavam.
E lembremo-nos, falando dum homem que desaprovava coisas mais recentes que o comboio a vapor, naquele mundo que sabia estar a desaparecer, que a fotografia era uma invenção de outra era.
Wilfred Patrick Thesiger,
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