A par da antecipada resistência monárquica, com esporádicas incursões militares, fenómeno sobretudo rural e distante, a liderança republicana depara-se com uma insanável tensão com os movimentos sindicais. Esta vinha crescendo desde a revolução de Outubro, em que haviam sido sobretudo os civis, ligados à Carbonária e aos movimentos operários, a garantir o sucesso, dada a debandada inicial da liderança militar e política com os primeiros percalços.
Em 28 de Janeiro de 1912, quatro dias depois dos eventos de Évora, é proclamada em Lisboa uma greve geral em solidariedade com os trabalhadores rurais. A dimensão do protesto, que durante algum tempo parece controlar a capital, leva o governo a intervir com forças militares e policiais que cercam os grupos operários na zona do Bairro Alto. A ameaça das armas, incluindo artilharia, força a rendição dos sindicalistas e a prisão de cerca de setecentos homens em navios da Marinha de Guerra.
Joshua Benoliel, Tropas no Rossio durante o Estado de Sítio decretado por ocasião da Greve Geral, Lisboa, Portugal, Janeiro de 1912 imagem obtida aqui |
A primeira república cairia quase uma década e meia depois, sob a pressão duma união conservadora entre republicanos desiludidos, antigos monárquicos e uma ala de adeptos dum novo totalitarismo que se erguia noutras paragens europeias.
Joshua Benoliel,
Incidentes entre populares a Guarda Republicana,
Lisboa, Portugal, 27 de Maio de 1942
imagem obtida aqui
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