quarta-feira, 12 de março de 2014

O país das proibições

O Irão é um país particularmente jovem. Setenta por cento da sua população tem menos de trinta e cinco anos de idade.
Mas para essa franja da população, os comportamentos, as aspirações e as diversões que associamos à juventude estão vedados ou dificultados.
Namorar, ir a festas, usar determinadas roupas, até ter um cão, tudo é proibido ou censurado. Tudo pode ter consequências.
Para grande parte da juventude iraniana, a sua pátria é o país das proibições.

O fotógrafo Mehran Hamrahi, no seu projecto "Iranianos, normais ou criminosos?" capta momentos com jovens em acções que noutros contextos seriam normais, mas que na realiade local os remetem para um padrão de delinquência passível de censura ou penas legais. Penas que poderão mesmo chegar à condenação à morte.


Mehran Hamrahi,
Mahnaz a aceder ao facebook,
da série "Iranianos, normais ou criminosos?",
Irão, Julho de 2013
imagem obtida aqui


Mehran Hamrahi,
Maryam a brincar com o seu cão,

da série "Iranianos, normais ou criminosos?",
Irão, Julho de 2013
imagem obtida aqui


Mehran Hamrahi,
Arash a dançar com amigos,

da série "Iranianos, normais ou criminosos?",
Irão, Março de 2013
imagem obtida aqui


Mehran Hamrahi,
Azin, uma cristã convertida, a rezar,

da série "Iranianos, normais ou criminosos?",
Irão, Julho de 2013
imagem obtida aqui



Mehran Hamrahi,
Mohammad a ser tatuado,
da série "Iranianos, normais ou criminosos?",
Irão, Julho de 2013
imagem obtida aqui

Mehran Hamrahi,
Ali a namorar com Feri,

da série "Iranianos, normais ou criminosos?",
Irão, Julho de 2013
imagem obtida aqui


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domingo, 9 de março de 2014

Registo e reflexão

Quando se pensa em Denise Scott Brown não se pensa, por norma, em Fotografia. Scott Brown é arquitecta e urbanista, esposa e sócia de Robert Venturi, um dos mais marcantes pensadores da linguagem arquitectónica da segunda metade do século vinte.
É aliás co-autora de muitos dos projectos que valeram a Venturi o prémio Pritzker, o "Nobel" da arquitectura, em 1991. A não atribuição conjunta do prémio é vista por muitos como uma enorme injustiça e uma prova da desconsideração que ainda perdura relativamente às mulheres.
A obra de Venturi e Scott Brown lida bastante com a ultrapassagem do paradigma moderno e introdução na arquitectura erudita de elementos vernaculares e populares, o que no caso americano significava muitas vezes elementos ligados à sociedade de consumo e merchandising.
A fotografia era, e ainda é para muitos arquitectos, uma ferramenta de registo e de reflexão. E a imagem abaixo, de 1966, sendo maravilhosa, não foge a essa vertente funcional.

Denise Scott Brown, Lincoln and Pico, EUA, 1966
imagem obtida aqui
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