Para uns, é um sítio onde brota leite e mel, para outros é uma ilha tropical com areias brancas e água tépida. Para outros ainda, é uma ilha mediterrânica com discotecas a despejar techno em alto volume e outros extras.
Eu próprio tenho várias asserções do paraíso. Mas ultimamente a que predomina será eventualmente uma coisa estranha. Forçado profissionalmente a gozar as férias em Agosto quando, na parte setentrional do mundo, quase todos decidem fazê-lo, vejo-me perante engarrafamentos de trânsito, supermercados a transbordar e magotes de gente nas ruas.
A salvação passa pela cortesia dum familiar e pelo seu convite para uma estadia no que para muitos será um degredo: uma casa duma aldeia da serra algarvia, longe do mar, longe da Internet, longe de tudo. Aí, na torreira do Agosto do Algarve serrano, é possível passar uns dias gastos apenas na tão portuguesa obsessão de saber o que se vai cozinhar na próxima refeição, na fuga ao sol e nos banhos retemperadores numa pequena piscina improvisada.
E ao fim da tarde, quando temperatura começa a descer dos quarenta e a entrar nos trinta Celsius, posso descer a encosta e encaminhar-me para o leito seco da ribeira. Posso passar pelos vários pegos, fundões naturais onde permanece alguma água. E aí, na luz fugidia do fim do dia, posso brincar aos fotógrafos de natureza, perseguindo com a minha limitada 70-300 as rãs que sobrevivem ao estio extremo, insistindo em enfrentar o sol como se fossem banhistas numa praia.
Júlio Assis Ribeiro, Rã
Monte da Ribeira, 2013
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Júlio Assis Ribeiro, Rã
Monte da Ribeira, 2013
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Júlio Assis Ribeiro, Rã
Monte da Ribeira, 2013
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Júlio Assis Ribeiro, Rã
Monte da Ribeira, 2013
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Júlio Assis Ribeiro, Rã
Monte da Ribeira, 2011
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Júlio Assis Ribeiro, Rã
Monte da Ribeira, 2011
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Júlio Assis Ribeiro, Rã
Monte da Ribeira, 2011
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