Abordava os seus retratados de uma maneira muito particular. Quando se lhe apresentava um trabalho de retrato, estudava os feitos e as opiniões do seu futuro modelo. E aquando do momento do retrato, Stein, homem de uma espantosa biografia, um leitor ávido e sistemático, um conversador incurável e uma personagem cheia de assunto, transformava o trabalho em longas tertúlias. Vencia a rigidez e a pose defensiva pela empatia que conseguia despertar no interlocutor e, por não usar equipamento pesado (fotografou sempre com uma pequena Leica ou com uma Rolleiflex), conseguia captar os instantâneos das longas conversas em que se tornavam as suas sessões fotográficas.
Assim aconteceu no caso do famoso retrato de Albert Einstein. Nos contactos preliminares com o secretário do físico, um antigo conhecido dos tempos da faculdade na Alemanha, este avisara-o que apenas conseguira que Einstein lhe disponibilizasse dez minutos no seu escritório. Mas iniciado o serviço, rapidamente o cientista e o fotógrafo encetaram uma longa conversa que, de tempos a tempos, era interrompida pelo secretário. Este tentava manter a agenda planeada e fazer sair Stein. Sem sucesso, dado que repetidas vezes Einstein lhe disse que o fotógrafo ficava mais um pouco. Os dez minutos acabariam ao fim de duas horas e meia e resultariam na fotografia que marcaria, justificadamente ou não, toda uma carreira.
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