Ernst Haas, um austríaco que escapou à incorporação no exército nazi por ter origens raciais "duvidosas", notabilizou-se primeiro por fotografias pungentes do pós-guerra, com o retorno de prisioneiros de guerra para uma Áustria destroçada ( ver
O retorno). Convidado a juntar-se à Agência Magnum, acabaria por se mudar para os Estados Unidos, onde obteria mais tarde a naturalização.
E é aí que, nos anos cinquenta, afastando-se duma linguagem propriamente foto-jornalística, assente na cobertura de acontecimentos, começa a trabalhar com cor, uma técnica muito negligenciada pelos profissionais, que a consideravam limitada e mais orientada para os amadores.
Juntamente com Saul Leiter, Haas ajudou a resgatar a fotografia a cores desse menosprezo, e as imagens de ambos duma Nova Iorque a cores, de instantes insignificantes, de névoas e reflexos, muitas vezes experimentais e quase abstractas, são consideradas fundadoras.
Esta imagem, com múltiplas exposições, é tardia mas é simultaneamente representativa desta faceta de Ernst Haas.
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Ernst Haas,
As luzes de Nova Iorque,
E.U.A., 1970
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